Paracatu Rural - Jornal do agronegócio

O começo de abril é marcado pela reta final da colheita da soja e o ápice da entrada de mercadoria disponível para venda. Esse é o momento que muitos compradores aproveitam para negociar a troca da oleaginosa por insumos para as próximas safras. Vlamir Brandalizze, da Brandalizze Consulting, pondera, no entanto, que a guerra comercial envolvendo os Estados Unidos encarece os fertilizantes, fazendo com que esse tipo de negócio perca força.

De acordo com dados do Cepea, para a próxima safra sucroenergética 2025/26, que se inicia oficialmente agora em abril de 2025, os principais focos de atenção de agentes do setor brasileiro estão relacionados à qualidade e à produtividade da cana-de-açúcar. Vale lembrar que as lavouras foram prejudicadas pelo clima adverso (quente e seco) ao longo de 2024 e pelos incêndios em agosto/24 na região Centro-Sul, especialmente no estado de São Paulo. Consultorias e entidades são unânimes em apontar as consequências do clima e da queimada para a temporada. As preocupações recaem sobre o desenvolvimento da lavoura, especialmente as que serão colhidas entre abril e julho.

Os jovens selecionados para o programa Futuro no Campo, da Emater-MG, deram o primeiro passo rumo a uma nova fase no meio rural. A capacitação já começou, e os participantes terão acesso a conteúdos técnicos e gerenciais para aprimorar seus empreendimentos.

O líder do governo, senador Jaques Wagner (PT-BA), disse que os Ministérios de Relações Exteriores e da Indústria, Comércio e Serviços ainda vão avaliar os impactos da taxa de 10% sobre as exportações brasileiras anunciada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Na lista, estão 165 nações, que vão pagar alíquotas que variam até 50%. Jaques Wagner defendeu um diálogo entre a diplomacia dos dois países, assim como a senadora Tereza Cristina (PP-MS). A ex-ministra da Agricultura ponderou que, em comparação com outras nações, o Brasil teve a menor taxa, que poderá ser revista por meio de negociações do Itamaraty.

O projeto de lei 1.648/2024, aprovado na Comissão de Agricultura e Reforma Agrária (CRA), exclui áreas ambientais da cobrança do Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural (ITR) e outros itens a serem deduzidos do valor da terra nua. Também foi acolhido pelo colegiado o projeto (PLS 404/2018), que adequa a legislação brasileira à Convenção Internacional de Proteção de Novas Variedades de Plantas.

A Comissão de Desenvolvimento Regional e Turismo do Senado debateu a criação do Programa de Armazenagem Rural, destinando 10% dos Fundos Constitucionais do Norte, Nordeste e Centro-Oeste para novos silos e armazéns. A proposta da senadora Professora Dorinha Seabra (União-TO) busca reduzir perdas na produção, que chegam a 10% no Brasil, segundo dados da Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB). O projeto prevê captação de recursos internacionais, incluindo 500 milhões de dólares do Banco dos BRICS e será analisado pelas Comissões de Assuntos Econômicos e de Agricultura e Reforma Agrária.

São recorrentes as reclamações de consumidores por todo o estado de Minas Gerais em relação aos serviços prestados pela Cemig. Entre as principais queixas estão as oscilações no fornecimento de energia e a demora para que os devidos reparos sejam feitos. A empresa, por sua vez, afirma que tem buscado corrigir as operações em especial nas regiões que são mais afetadas por tais falhas.

O mercado internacional de café, assim como todos os outros, foi sacudido na última quinta-feira (03) pelo tarifaço global do presidente americano Donald Trump. De modo geral, os mercados procuram entender as consequências dessas novas “diretrizes” e precisarão passar por um reordenamento.

Joãozinho Grafista também comenta sobre os impactos das tarifas impostas por Donald Trump no mercado do milho. Segundo ele, o cereal pode não sofrer tanto quanto outros produtos. Isso porque, Canadá e México não foram fortemente atingidos. Os dois são grandes compradores dos grãos norte-americanos, favorecendo para a manutenção dos preços em Chicago.

A CNA publicou o boletim trimestral “Mercado de Trabalho do Agronegócio Brasileiro”. Em 2024, o setor bateu recorde de mão de obra: 28,2 milhões de pessoas ocupadas. Segundo a assessora econômica da Confederação, Isabel Mendes, esse é o maior número registrado desde o início da série histórica, em 2012. Dessa forma, o setor respondeu por 26,02% das ocupações totais do país.

O Plenário do Senado aprovou o projeto de lei (PL 2.088/2023), que determina que produtos importados devem estar em conformidade com os padrões ambientais exigidos no Brasil. A proposta é vista como uma reação a medidas unilaterais de outros países, como o aumento de tarifas sobre aço e alumínio brasileiro pelos Estados Unidos. A relatora, senadora Tereza Cristina (PP-MS), garantiu que não se trata de retaliação, mas apenas uma ferramenta de negociação. O projeto segue para a Câmara dos Deputados.

Apesar dos dados recentes animadores envolvendo o mercado do algodão, as tarifas impostas ao mundo pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, podem desordenar o setor cotonicultor. O diretor-executivo da Associação Mineira dos Produtores de Algodão (AMIPA), Lício Pena, explica que a medida pode ter dois tipos de reflexos para o Brasil. De um lado, os produtores brasileiros podem negociar acordos com outros países afetados. No entanto, sem a possibilidade de venda para os norte-americanos, mercadorias do setor têxtil de má qualidade podem ser “despejadas” em solo brasileiro.

Segundo dados do MilkPoint Mercado, na primeira quinzena de abril o valor do leite spot se estabeleceu em R$3,06 por litro – redução de R$0,18 frente ao preço médio da quinzena anterior, que havia se estabelecido em R$3,24 na média Brasil.

O presidente do IBRAFE, Marcelo Lüders, destaca que os primeiros dias de abril registraram um menor volume de negócios que o verificado no mês passado. Marcelo também chama a atenção para a diminuição das mercadorias de câmara fria, indicando que as próximas semanas serão de escassez de produtos de qualidade à venda.

Joãozinho Grafista chama a atenção para as tarifas anunciadas por Donald Trump para as mercadorias importadas pelos Estados Unidos. De um modo geral, o clima é de apreensão, porém, para o café, pode ser uma boa oportunidade para o Brasil. Isso porque o Vietnã, maior fornecedor de café robusta dos norte-americanos, foi taxado em 46%. O café brasileiro segue com taxas de 10% e pode ampliar suas vendas aos EUA.

Vlamir Brandalizze comenta sobre os impactos das tarifas propostas por Donald Trump ao setor das carnes. O frango pode ser o principal beneficiado. Em meio à guerra comercial, a ave norte-americana, bastante consumida mundo afora, também deixará de ser comprada, o que pode abrir ainda mais o mercado brasileiro. Vale lembrar que o Brasil já é o maior exportador de frango do planeta.

Com o anúncio de tarifas mundo afora por parte do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, o mercado da soja reagiu de forma negativa. As cotações registraram queda no encerramento da primeira semana de abril. Vlamir Brandalizze, da Brandalizze Consulting, destaca, no entanto, que o efeito das taxas será apenas no curto prazo e que o foco nas bolsas voltará a ser o clima nas próximas semanas.

Vlamir Brandalizze chama a atenção para os preços baixos do arroz no mercado brasileiro em meio à entrada da nova safra. O momento baixista reflete em valores mais acessíveis aos consumidores. As gôndolas, nesse momento, registram os menores preços para o saco de 5kg em quatro anos.

Com a saca do feijão carioca chegando aos R$300, alguns empacotadores têm alegado que o repasse do produto aos consumidores nos supermercados pode ser difícil. Vlamir Brandalizze calcula que o valor de saco de 1 kg pode passar dos R$8,00 e que isso, segundo os empacotadores, desestimularia o consumo ao longo do mês.

O Brasil registrou chuvas nas principais regiões produtoras de milho. Sendo assim, a safrinha pode ter sua produtividade potencializada em até 100 milhões de toneladas. Mas esse será um fator de baixa? Vlamir Brandalizze destaca que a nível doméstico há a possibilidade de uma leve queda momentânea. Contudo, no mercado externo, a queda do plantio chinês e as nevascas nos Estados Unidos podem jogar os preços para cima.