Paracatu Rural - Jornal do agronegócio

O acesso à internet em áreas rurais foi tema de audiência pública na Assembleia Legislativa de Minas Gerais. Na visão dos parlamentares, a ausência de internet e, em muitos casos, de sinal de telefonia, amplia desigualdades sociais e econômicas entre a cidade e a zona rural, comprometendo a qualidade de vida das famílias e a competitividade do agronegócio. GRAZIELLE MENDES, direto da ALMG, traz mais informações.

Com o objetivo de reconhecer cooperativas da agricultura familiar como beneficiárias de programas de energia renovável, começou a tramitar na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) o Projeto de Lei (PL) 3.159/24, que recebeu parecer pela legalidade da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). Rafael Mendonça, direto da redação, traz mais detalhes.

Está em tramitação na Assembleia Legislativa de Minas Gerais um Projeto de Lei que busca fomentar o descarte correto e a reciclagem das embalagens de agroquímicos. O texto cria o Dia Estadual do Campo Limpo, para conscientizar a população sobre a destinação correta das embalagens vazias de defensivos. Ana Paula Ciribelli traz mais informações direto da Rádio Assembleia.

A Emater-MG (Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural de Minas Gerais) e o Cecafé (Conselho dos Exportadores de Café do Brasil) anunciaram uma nova colaboração voltada para promover a sustentabilidade na cafeicultura do estado mineiro. A parceria entre as duas entidades tem como objetivo reforçar o programa Construindo Solos Saudáveis. Rafael Mendonça, direto da redação, traz mais informações.

A ordenha é uma das etapas mais importantes da produção leiteira, pois influencia diretamente a qualidade do leite e a saúde do rebanho. A escolha do sistema adequado depende do tamanho da propriedade, do número de vacas em lactação e do nível de investimento em tecnologia que você, produtor rural, está disposto a fazer. Rafael Mendonça, direto da redação, traz mais detalhes sobre os métodos de ordenha

MERCAD DA SOJA

Com preços da reposição em forte alta e escassez de animais disponíveis, a pecuária brasileira inicia outubro sob um cenário que exige decisões estratégicas para o futuro. A combinação de bezerros Nelore negociados até R$ 13,50/kg vivo, leilões com alta competitividade e o abate elevado de fêmeas, levantam preocupações quanto à oferta de gado nos próximos ciclos, especialmente a partir de 2026.Com previsão de chuvas a partir de 10 de outubro e o início do período de pastagens, a expectativa é que a demanda por bezerros continue forte. O leiloeiro Moacir Naves projeta um fim de 2025 com valorização na reposição e um 2026 desafiador

Mesmo com o mercado interno estável, as carnes brasileiras registraram desempenho histórico nas exportações em setembro. A carne bovina alcançou 294,7 mil toneladas embarcadas — novo recorde mensal — e gerou US$ 1,65 bilhão em divisas. A carne suína também quebrou recorde, com 127,3 mil toneladas já confirmadas e previsão de até 140 mil toneladas no fechamento. Já o frango, que deve superar as 451 mil toneladas de setembro de 2024, somou US$ 777 milhões no mês. Vlamir Brandalizze faz um balanço desses dados e comenta como foi o desempenho das proteínas ao longo do mês de setembro.

O mercado do feijão inicia outubro com cotações em alta e oferta restrita, após a colheita de 98% da terceira safra. O feijão carioca nobre é negociado entre R$ 235 e R$ 280 por saca, enquanto o comercial varia de R$ 210 a R$ 250, puxado pela firme demanda interna. O feijão preto também se recupera e já atinge até R$ 185, com expectativa de ultrapassar R$ 200 nas próximas semanas. Vlamir Brandalizze ressalta que o produtor tem optado por outras culturas na primeira safra e, assim, o mercado deve seguir aquecido, sustentado pela forte demanda doméstica.

O mercado do arroz no Brasil enfrenta um cenário de forte desequilíbrio, com preços em queda e estoques elevados. Mesmo com o arroz sendo comercializado entre R$ 50 e R$ 56 por saca, a indústria relata dificuldades para escoar o produto, enquanto o varejo reclama da baixa rentabilidade nas gôndolas. Vlamir Brandalizze chama a atenção para as importações. Em setembro, o país importou mais arroz beneficiado do que exportou, ampliando o déficit comercial do setor. 

O mercado global de trigo enfrenta pressão com o fim da colheita nos Estados Unidos e o avanço do plantio de inverno. Enquanto isso, Rússia e Ucrânia aceleram exportações em meio à expectativa de desvalorização do Rublo, caso os conflitos na região cessem. No Brasil, apesar das boas condições das lavouras e colheitas já iniciadas no Paraná, o mercado segue estagnado, com preços entre R$ 1.250 e R$ 1.350 por tonelada e produtores relutantes em vender. Paralelamente, as importações disparam: só em setembro, foram mais de 507 mil toneladas, e o acumulado do ano já ultrapassa 5,2 milhões — um recorde histórico. Vlamir Brandalizze explica que as indústrias estão se aproveitando de preços internacionais mais baixos e prazos estendidos, enquanto a produção nacional perde competitividade.

As exportações de milho do Brasil ganharam força e superam as da soja em setembro, com 6,63 milhões de toneladas embarcadas no mês e 22,4 milhões no acumulado do ano. Apesar do bom desempenho externo, a comercialização interna da safrinha está atrasada. Vlamir Brandalizze destaca que, enquanto o plantio da safra de verão avança no Sul do país, produtores enfrentam incertezas sobre a área cultivada e mantém atenção redobrada na aquisição de insumos para a próxima temporada.

O mercado internacional de soja segue pressionado pela colheita nos Estados Unidos, que avança dentro da normalidade, com 79% das lavouras em maturação e 19% já colhidas, segundo o USDA. Ao mesmo tempo, as exportações brasileiras registram recordes históricos, com mais de 93,1 milhões de toneladas de grão embarcadas até setembro, e forte demanda chinesa. No entanto, produtores brasileiros enfrentam atrasos na comercialização da safra atual e da próxima, o que pode gerar pressão sobre os preços nos meses de maior oferta, como março e abril de 2026. Vlamir Brandalizze, da Brandalizze Consulting, comenta o cenário e chama a atenção para a necessidade de equilíbrio nas vendas até o pico da colheita.

O Instituto Nacional de Propriedade Intelectual (Inpi) reconheceu, em agosto de 2023, a Indicação Geográfica (IG) do queijo de leite de vaca cru integral produzido na região do Cerrado mineiro. A indicação foi concedida na categoria Indicação de Procedência (IP), que certifica que o produto é tradicionalmente fabricado em uma localidade específica, seguindo critérios técnicos. A conquista foi solicitada pela Associação de Produtores de Queijo Minas Artesanal do Cerrado (Aprocer), com apoio da Emater-MG e do Sebrae, e valoriza a produção regional, garantindo autenticidade e qualidade do queijo.Nós vamos conhecer um pouco dessa conquista, tomando como exemplo a história de uma família de produtores, proprietários da queijaria Macaúba, na região de Santa Clara, entre Coromandel e Abadia dos Dourados, com uma tradição que atravessa cinco gerações. Na Fazenda Santa Clara Dourados, Maria Aparecida (Cida) e seu marido Dalmo retomaram, em 2014, a tradição dos antepassados ao produzir queijos com o leite excedente de

O mercado de feijão carioca fechou a quarta semana de setembro com menor movimentação, com compradores focados em escoar cargas adquiridas anteriormente e produtores enfrentando recuo pontual nos preços, que variaram entre R$ 240 e R$ 265 por saca. Já o feijão preto apresentou reação no Paraná, com negócios entre R$ 160 e R$ 170 para produto tipo 1, mas com volume limitado e desafios para repassar preços ao varejo. O presidente do IBRAFE, Marcelo Lüders, destaca que a expectativa é de continuidade nas oscilações, sem tendência clara de queda, à medida em que o mercado aguarda novos movimentos de grandes compradores.

O mercado do milho registrou, ao longo da quarta semana de setembro, poucos negócios no Brasil, com produtores resistentes a reduzir os preços, mesmo diante de um cenário cambial instável e da proximidade do encerramento de setembro. O agente autônomo de investimentos, João Santaella Neto, explicou que a cotação do dólar em torno de R$ 5,30 tem influenciado diretamente na paridade de exportação. Além disso, no cenário internacional, a Bolsa de Chicago apresentou alta, impulsionada por produtividade abaixo do esperado nos EUA e retomada de impostos de exportação na Argentina.

Entre os dias 22 e 26 de setembro, o mercado internacional do algodão se manteve em uma faixa estreita de preços. A persistente fraqueza da demanda varejista e a ausência de fatores novos que impulsionam o setor colaboraram para o cenário. A nível internacional, as exportações estáveis dos EUA e estoques mínimos nas fiações asiáticas ajudaram a conter maiores recuos. Lício Pena, diretor executivo da Associação Mineira dos Produtores de Algodão (AMIPA) também destaca a colheita brasileira, praticamente finalizada. A previsão é de produção recorde de 4,11 milhões de toneladas, o que aumenta o desafio logístico de escoamento em meio a atrasos nos embarques.

A quarta semana de setembro começou com condições climáticas típicas da primavera, o que tem favorecido o pegamento das floradas e podendo impactar positivamente a safra de 2026 do café. No cenário internacional, as bolsas de Nova York e Londres registraram leves altas, impulsionadas por preocupações climáticas e fatores de oferta e demanda. Já o mercado interno segue lento, com produtores cautelosos à espera de melhores preços. O economista Haroldo Bonfá, da Pharos Consultoria, analisa os pontos destacados e chama a atenção para a possível postergação por um ano, da legislação europeia, sobre desmatamento. Caso aconteça, pode aliviar a pressão sobre as exportações brasileiras para a União Europeia.

VIVA O FEIJÃO

O Plenário da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) aprovou, em 1º turno, o Projeto de Lei (PL) 1.858/23. Ele autoriza o controle populacional e o manejo sustentável do javali-europeu por meio de caça, armadilhas ou outros métodos aprovados pelo governo.A iniciativa é assinada pelos parlamentares Dr. Maurício (Novo), Marli Ribeiro (PSC) e Raul Belém (Cidadania) e foi aprovada na forma original. O substitutivo nº 1, apresentado pelo deputado Leonídio Bouças (PSDB) durante discussão em Plenário, ampliava a autorização para caça esportiva e comercialização da carne, mas foi rejeitado pela Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável. Agora, a matéria retorna à comissão para análise em 2º turno.Em pronunciamento na reunião, Dr. Maurício destacou a contribuição da agricultura para o desenvolvimento econômico de Minas Gerais. Ao lamentar os danos causados pelo javali-europeu, pediu socorro às plantações e frisou a necessidade de produtores rurais serem autorizados a eliminar esses animais.