Biosfera Podcast

Em torno de Lisboa, há pelo menos 14 territórios ocupados por casais de águias de Bonelli. A Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves tem em curso um projeto Life para estudar e conservar as rapinas da Área Metropolitana. São 13 parceiros envolvidos no LXAquila, cujo principal objetivo é criar uma rede de custódia entre públicos e privados para a preservação das águias fora das áreas protegidas. Este verão estamos a recordar alguns episódios do podcast que nos inspiraram com visões para uma gestão mais ecológica dos nossos recursos. Esta entrevista foi primeiro publicada em outubro de 2021.

Sabia que os invertebrados representam mais de 90% dos animais no nosso planeta? Sónia Ferreira contrasta a importância deste grande grupo com a falta de dados e reconhecimento destas espécies. Conversamos com a entomóloga da Associação BIOPOLIS sobre o papel dos invertebrados nos ecossistemas e o papel do ser humano na sua preservação.

A época balnear de 2024 está praticamente no início. Esperam-se agora os meses de maior afluência. Esta também é uma altura de maiores riscos de contaminação nas praias. A água do mar e a areia são utilizadas diariamente por pessoas e animais que podem contribuir para a proliferação de microrganismos. Adriano Bordalo e Sá, Professor no ICBAS, explica as bactérias que circulam no ambiente balnear e como é que os humanos podem ser infetados.

Este ano hidrológico tem sido a exceção em Portugal. A maior precipitação permitiu uma maior disponibilidade hídrica na bacia hidrográfica do Douro. No entanto, a seca faz-se sentir na mesma e a poluição tem deteriorado a qualidade da água. Desta forma, para os ambientalistas, a ideia de que há água a mais no Douro e que pode ser distribuída pelo país é uma falácia. Rui Cortes, professor na Universidade de Trás os Montes e Alto Douro e membro do Movimento em Defesa da Bacia Hidrográfica do Douro, expõe o estado do segundo maior rio nacional e os impactos que a construção de um transvase provoca no território.

Quase 200 espécies de plantas são consideradas invasoras em Portugal. Em meio urbano, é nos jardins públicos, nos quintais e nas zonas verdes junto à estrada que o problema prolifera. Hélia Marchante, investigadora da Escola Superior Agrária de Coimbra, destaca a importância da sensibilização para a quinta principal ameaça à biodiversidade.

Aproximadamente 1 milhão e meio de alunos vão todos os dias para as escolas públicas e privadas em Portugal. Mais de 65% são transportados no automóvel dos pais. A situação tornou-se insustentável em termos ambientais e sociais. Como alternativa, vários municípios têm apostado nos modos suaves. Visto que na maior parte dos casos os alunos vivem a uma curta distância da escola, ir a pé ou de bicicleta tem atraído o gosto de muitas crianças. Cecília Silva, Professora da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto e Investigadora do CITTA, explica como as cidades portuguesas podem tornar-se mais cicláveis e como é que podemos repensar o espaço público para se tornar mais seguro para a mobilidade.

A desflorestação tem provocado o declínio de áreas florestais tropicais, mas a União Europeia está determinada a parar de contribuir para a destruição ou degradação destes "pulmões verdes". No final do ano entra em vigor o novo regulamento europeu anti-desflorestação. Do Brasil, à custa da floresta amazónica e do cerrado, importamos sobretudo soja e couro - com impactos no equilíbrio dos ecossistemas e nas populações locais. Conversamos com José de Melo, da Rainforest Foundation Norway.

Titã é uma das 146 luas de Saturno e tem uma atmosfera próxima da atmosfera primitiva da Terra. Uma equipa de investigação internacional identificou pela primeira vez este gás em 97 assinaturas na banda visível do espectro eletromagnético. Esta molécula é um importante elo de ligação nas reações químicas que resultam nas moléculas orgânicas geradoras de vida. Rafael Rianço Silva, Investigador do Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço, explica os fenómenos que acontecem em Titã e que podem ajudar a explicar a história do planeta azul.

O número de colónias da abelha produtora de mel está a crescer, mas os apicultores queixam-se da elevada mortalidade. Com Nuno Capela, investigador da Universidade de Coimbra, exploramos alguns dos principais desafios que a abelha mais famosa enfrenta, de fatores biológicos às alterações climáticas.

A água potável é essencial para a sobrevivência e para o bom funcionamento do corpo humano. No entanto, as atividades antropogénicas intensificam a poluição. Os microplásticos já foram identificados tanto na água salgada como na água doce e agora na água para consumo. Luís R. Vieira, investigador do CIIMAR e da Faculdade de Ciências da U. Porto, partilha as investigações recentes que estão a tentar identificar e remover os microplásticos da água.

As lonas publicitárias estão em todo o lado, têm um tempo útil curto, mas não são recicladas. Carla Lopes dá-lhes uma nova vida na Recreate aproveitando o material para criar malas, porta-moedas e outros objetos que lembrem à imaginação.

Tanto as margens, como o leito do rio Vez preservam muita biodiversidade. Para o ser humano contribuir nesta missão é necessário conhecer os ecossistemas e as espécies que nele habitam. A Palombar é uma das organizações que desenvolve esse trabalho no país. Pedro Alves, biólogo, explica como é que o estudo científico de animais é feito e fala da importância das ações de educação ambiental.

Está quase a arrancar a construção da Barragem do Pisão, em Portalegre, mas os ambientalistas contestam a Declaração de Impacte Ambiental do projeto - e o Ministério Público já lhes deu razão. Neste episódio conversamos com Pedro Horta, da ZERO - Assoc. Sistema Terrestre Sustentável, sobre a sua visão das consequências do Empreendimento Hidráulico de Fins Múltiplos do Crato.

Quase todo o território algarvio está suscetível à desertificação. A massificação do turismo e a agricultura intensiva de regadio consomem os recursos hídricos da região e esgotam o solo. Nuno Loureiro, professor na Universidade do Algarve, explica que nas últimas décadas houve uma redução da preciptação média anual na região e, consequentemente, da água armazenada nas barragens. O espaço entre a linha de capacidade máxima das albufeiras e o nível da água é cada vez maior e ocupado por ervas e arbustos.

A Casa Vermelha, na Lourinhã, foi reabilitada a várias mãos; um par delas era de João Teixeira, do projeto "Da Cor da Terra". O construtor reconhece nos materiais naturais valências importantes para habitações, como o isolamento sonoro e térmico. Neste episódio do podcast, conversamos sobre materiais e técnicas para construir melhor e de forma mais amiga do ambiente.

O abandono rural, o adensamento de florestas e matos e o aumento da temperatura tornam as áreas florestais mais suscetíveis aos grandes incêndios. Nesta equação, as galerias ripícolas podem fazer parte da solução. Por serem zonas húmidas, ardem com mais dificuldade, contribuindo para a mitigação do fogo. No pós-incêndio, a flora caracaterística destas zonas tem altas taxas de crescimento e se as margens estiverem estáveis conseguem reter as cinzas, evitando a contaminação do leito do rio. Desta forma, favorecem a recuperação da floresta. Quem nos explica isto é o convidado desta semana, Pedro Teiga, especialista em reabilitação de rios.

As pradarias marinhas são florestas no mar em zonas abrigadas como estuários, lagoas e baías. Além de sumidouros de carbono e maternidade para muitas espécies, têm também um papel no enfraquecimento da erosão costeira. Raquel Gaspar, bióloga marinha e co-fundadora da Ocean Alive, explica-nos como.

Os ecossistemas tropicais são caracterizados pela abundância de espécies, reunindo 70% da biodiversidade mundial. O funcionamento orgânico das comunidades aqui formadas permite a sustentabilidade do planeta, através da regulação da temperatura e do ciclo da água. Considerando o grau de importância, Miguel Bastos Araújo, docente na Universidade de Évora e investigador no Museu Nacional de Ciências Naturais de Madrid, procura saber como é que a fauna e flora tropical se irão adaptar às alterações climáticas.

Miguel Macias Sequeira uniu-se a 13 famílias vizinhas do bairro de Telheiras, em Lisboa, e juntos decidiram formar uma comunidade de energia. A partilha de energia solar ainda não é comum em Portugal, mas são cada vez mais os interessados. Neste episódio, conversamos com o membro da comunidade sobre os passos a dar para a distribuição de energia elétrica pela vizinhança.

As miniflorestas urbanas são uma solução de base natural que podem contribuir para a mitigação dos fenómenos extremos nas cidades, como as inundações e o aumento da temperatura média. Têm como base o método Miyawaki, que integra os diferentes estratos e a comunicação entre plantas. António Alexandre é consultor da "2Adapt" e participou na coordenação da plantação de uma minifloresta no Instituto Superior de Economia e Gestão da Universidade de Lisboa. O biólogo explica o funcionamento das florestas e a relação estabelecida entre as diferentes espécies de árvores e arbustos.